quinta-feira, 29 de outubro de 2009

..entre crepúsculos..


Ainda no silêncio, escuta o que querem te dizer. Ainda clareando, acompanha quem quer te proteger. Ela é o perfeito amor, Quintana já anunciava. Mas ele não era preciso, conciso, faltava o carnaval que Vinícius ansiava. De súbito, a prosa se desenha diante destes versos, versos traiçoeiros, que deixam as letras tropeçarem, enquanto a ponta da caneta sente o que vai ser escrito. Ela vibra, treme, solta a tinta azul que contorna cada nuvem, ainda antes do nascer do sol. Do outro lado, ele ainda dorme, se tens um bom sono, decerto sonha com ela, e com elementos que o fazem sentir bem... O vento, seu fiel mensageiro, uma rede, e até com seus malabares. Mas ela, ele não consegue malabarizar. Se ele é A, ela é B. Ele é vermelho, ela é branco. Ele é alternativo, ela é axé. Ele é prosa, ela poesia. Tudo isso. Uma só distância. Badulaques, contos, charges. Dentre todas as correntes linguísticas o que é que ele expressa? Fica na passividade, deixa tudo levar.. Outrora tem certa pressa. Mas antes de sonhar, ele manda aquele bilhete, ainda rabiscado, mas escrito com afago e pensa venturoso:

- Ao acordar, de mim ela vai lembrar..

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