quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os Graus de uma Amizade

Quando dizem que o amor cego, devem imaginar ao menos, a miopia de uma amizade. Ás vezes elas não se fazem por valer. Baseiam-se na falha capacidade de compreensão do homem. No perdão e no jargão, alguém tem que ceder. Já outras, são regadas pela cegueira do amor. E nesse caso não tem cura. Não há óculos, nem lente, nem contato. Só amizade. Desfaz-se toda uma sina, na disfunção das retinas. Que teimam em não se encontrar.
Cerram-se os olhos com cataratas. Forma-se o rio de lágrimas. Vamos navegar ainda hoje. Entra na minha nau e me faz companhia, noite a noite, não adia. Torne um pouco mais quente, a imensidão azul. Preciso de um sentimento vermelho. Quando eu chegar ao mar, com você, não vou saber olhar a Lua se pôr, ou o Sol nascer. Completamente cego. Não saberei aonde ir, se você não apontar a direção.
Procurei durante tempos tratamento. Vi você em outras pessoas. Mas apesar dos meus olhos me enganarem, meus sentidos e sentimentos continuavam aguçados. Os pés gelam na ausência, as pernas tremem na presença, vou pular uma parte e chegar à barriga que embrulha quando discutimos, na garganta que seca quando não nos vemos, os braços que passam horas ansiando o seu abraço, as mãos que suam com expectativas e por fim a cabeça. Bem.. A cabeça.. Você não sai de dentro dela.
Sou altamente dependente de você. E tudo que tenho, é essa amizade de um grau único. Esse é meu grau de amizade por você. A cegueira. Te amo.



Para Maria, 19 de Julho de 2009

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