quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mar Castro


Caetano me disse: "A Bahia é que é o cais". E nesse cais já vi de tudo passar. Dediquei-me a horas infindas numa única missão: Ver quem gostava do mar. Ana foi a primeira. Como paixão sublime e a primeira vista, numa maré repentina, o mar ficou cheio de si. Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina? Ana e o Mar não ficariam juntos. É onde entra um tal de Anitelli, mas isso já é outra história. Foi então a vez de Fernando. Um boêmio português, que não cansou de rezar e chorar no mar. Hoje não sabemos quanto de seu sal são lagrimas de Portugal. Dizem que o mesmo não teme nada, já passou alem da dor e cruzou o mar. Mas de uma coisa tem-se certeza, Fernando não podia amá-lo. Tudo fica confuso para a imensidão azul, quando Fernando e Ana se conhecem. Começam a ir visitá-lo com frequência e Fernando se apaixona. Dentre todas as suas declarações, costumava sussurrar no ouvido de Ana e dizer: "quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor". Fernando era valente, movimentava o amor e enfrentava o mal. Não tinha como a Brisa do Mar, competir com um sussurro desses. Ah Mar de tantos amores, estava ansioso pelo dia de ver Diego, que não conhecia o mar. Seu pai, Galeano, prometeu que descobririam o mar, mas foi tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E então, segurando a mão de Galeano, tremendo e gaguejando disse: "Pai, me ajuda a olhar!". O mar não aceitou o amor dividido. Assim, fui aprendendo muito sobre o amor ao mar. Havia também, e não posso me esquecer, Arnaldo. Ele nunca teve paixão pelo mar, ainda assim, todos os dias eu o via do cais, com os pés na areia, cantando melodias de sereia. Eis parte onde o amor reside em Arnaldo, sua paixão era catar conchas. E fazer um colar pra outra paixão, Rosa. Ainda assim, nenhuma relação com o mar. Foi quando Francisco, grande confidente da Brisa do mar, falou sobre as juras, promessas e canções de um amigo Marcelo. Mas era apenas o penar, por perder sua senhora, ele nem estava lá, mas viu. Não deu tempo nem do mar amargurar, Carlinhos já estava de canto pro mar, por sorte, descobriu-se que Carlinhos cantava também pra Lua, pra Terra, pro Vento.. Era um Fanfarrão. Nesse Mar de amores, ganhei meu presente. Lá estava ela deitada na rede, a admirar o mar.. A água beirou o cais, e a brisa soprou no meu corpo. Estava claro, era minha vez. Andei com ela até a Beira-Mar, e apanhei um Taxi, pra estação Lunar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário